Médicos do Hospital das Clínicas descobrem que pacientes que tiveram chikungunya podem ter complicações vasculares crônicas

Uma pesquisa desenvolvida pela cirurgiã vascular Catarina Almeida e realizada no Hospital das Clínicas da UFPE, revelou que dentre os pacientes com chikungunya acompanhados pelos pesquisadores, 50% apresentaram complicações vasculares, como inchaço nas pernas mesmo depois da fase mais aguda da doença.

A pesquisa “Complicações Vasculares na Febre Chikungunya” contou com a participação de 32 pacientes, que num primeiro momento foram submetidos a exame de linfocintigrafia (este procedimento permite avaliar o funcionamento do sistema linfático). 86% deles apresentaram sintomas que indicavam problemas na circulação linfática como inchaço nos membros inferiores.

Num segundo momento, realizado em um intervalo de 90 dias, a avaliação clínica mostrou que 16 pacientes continuaram apresentando inchaços, mesmo após a fase aguda da doença. 29 pacientes voltaram a ser acompanhados e 20 repetiram a linfocintigrafia e 65% apresentaram piora no quadro da doença.

A pesquisa demonstrou que a febre chikungunya pode provocar doenças vasculares crônicas, como linfedemas, que é o acúmulo de líquido devido ao bloqueio do sistema linfático. O linfedema não tem cura, que há são tratamentos que ajudam o paciente a controlar o inchaço dos membros. Espera-se que essa pesquisa ajude a melhor orientar no diagnóstico e tratamento de inchaços e dores causados pela arbovirose.

A febre chikungunya é uma doença causada por um arbovírus, o CHIKV e transmitida pelo Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores da dengue. Não é uma doença contagiosa, ou seja, não se transmite através do contato com outras pessoas, mas pode ocorrer a transmissão do vírus, da mãe para o bebê, durante o trabalho de parto.

Fonte: Ebserh/ MEC

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